Consumidores zumbis de notícias: quem são e onde habitam?

Por Mayanna Estevanim, pesquisadora do COM+

O jornalismo há muito tempo se preocupa com os assinantes não engajados, mas a extensão do problema não é amplamente conhecida. Uma recente pesquisa feita pelo Medill Spiegel Research Center, da Northwestern University apontou que 49% dos assinantes digitais não acessam os sites pelos quais pagaram nem uma vez por mês. Estas pessoas estão sendo chamadas de zumbis digitais. O número (49%) vem de assinaturas digitais e impressas e assinaturas apenas digitais de 45 agências de notícias de vários tamanhos que forneceram dados anônimos à Spiegel para fins de pesquisa.

Uma ponderação bastante relevante do estudo é que boa parte deste grupo dos 49% assina uma publicação que tem duas versões: impressa e digital. Quando se restringe ao universo dos “zumbis” que assinam apenas o meio digital, o percentual é de 20%. A ponderação é reconfortante, pois quer dizer que muitos ainda são leitores de mídia impressa, mas de imediato o que vem à tona é: embora estas pessoas paguem pelo conteúdo, como pensar em futuros com esta base?

Criar o hábito de regularidade entre os assinantes digitais é o fator mais importante para as organizações de notícias se concentrarem, isso se elas desejam aumentar as receitas digitais. E não é qualquer conteúdo. Se elas não oferecem um trabalho melhor para ajudar os leitores a encontrar as histórias, eles vão recorrer a outros lugares. Já que o público não vem até você, é preciso encontrar maneiras para que o seu conteúdo vá até o público. De acordo com o estudo, as empresas de mídia devem focar em encontrar caminhos para transformar “zumbis” em ávidos leitores. Entre os recursos sugeridos, a presença de boletins informativos e melhores sistemas de recomendação, como e-mails que avisam um cliente quando há novidades sobre um assunto que ele acompanhou no passado. 

Fica a dica de reflexão e leitura. Outras informações sobre esta pesquisa você encontra em: https://cutt.ly/qz3Mzlf

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